Bairro mais violento de Curitiba está há mais de um mês sem homicídios 08/07/2013 - 08:46

A Cidade Industrial de Curitiba (CIC), bairro mais populoso e apontado como o mais violento da capital, completou nesta sexta-feira (05/07) 37 dias sem homicídios dolosos (com intenção de matar). O último crime ocorreu dia 28 de maio, segundo acompanhamento da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública.

“Esse resultado é fruto do trabalho conjunto, do aumento da mobilidade e da ostensividade da polícia, mas também como fator decisivo da implantação das UPS, que foram instaladas em locais, onde havia criminalidade mais crônica no que tange a homicídios”, opina o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberson Bondaruk.

A população estimada da CIC é de mais de 175 mil pessoas, de acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Por conta do histórico de índices elevados de crimes, como homicídios e tráfico de drogas, o Governo do Estado implantou, desde o ano passado, cinco Unidades Paraná Seguro (UPS) no bairro, que colocam em prática o policiamento comunitário, próximo dos cidadãos, nas vilas Verde, Caiuá, Sabará, Nossa Senhora da Luz e Sandra.

De acordo com a PM, a instalação das UPS auxiliou em problemas que se irradiavam para outras regiões do bairro. “Temos a redução não só dos homicídios, mas furto e roubo também estão em queda”, complementa Bondaruk. “O sucesso das políticas de governo implementadas, a criação do 23.º BPM, batalhão que atende especificamente a CIC, são inovações que este governo implementou e que mostram que a segurança pública do Paraná está no caminho certo”, avalia.

ESTRUTURA - A queda na criminalidade começou a ocorrer desde a implantação das UPS na região, de acordo com o comandante do 23.º Batalhão de Polícia Militar, coronel Sérgio Cordeiro de Souza. “Em maio, contabilizamos cinco homicídios, sendo que a média na área é nove mensais. O último homicídio, no dia 28 de maio, foi na Vila Resistência, onde uma pessoa foi morta a facadas”, conta.

O coronel Souza atribui o resultado à instalação das UPS e ao aumento no número das viaturas circulando no local, aliado ao empenho dos policiais que costumam fazer patrulhamento nos locais com pontos de tráfico de drogas. Os policiais efetuam as abordagens inibindo que ocorram os homicídios, retirando armas de circulação e inibindo que o próprio traficante queira vitimar pessoas que devem dinheiro devido ao consumo de drogas.

“As abordagens são feitas exatamente nestes locais em que os policiais já têm conhecimento dos pontos de tráfico. Os policiais têm uma compensação através de folgas pelos serviços prestados e o cumprimento de metas, o que os incentiva a realizarem bons trabalhos na região”, opina o comandante.

APROVAÇÃO – A percepção de mudança e de mais segurança está nas ruas da CIC. Na opinião da comerciante Cíntia da Costa Mariano, de 21 anos, a credibilidade da polícia junto aos moradores também aumentou. “Percebemos mais policiamento na rua, os crimes diminuíram bastante. A gente vê muito policial andando, tem mais contato com a população”, avalia. “Antes era um traficante a cada esquina, um homicídio a cada dois dias”, lembra.

A presença constante da polícia trouxe mais segurança para o bairro, aponta Silmara Pereira da Silva, 44 anos, moradora da CIC há 42 anos. “Não está acontecendo homicídio, não está acontecendo roubo”, diz ela.

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