Paraná dá início aos trabalhos da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa 08/05/2014 - 09:20

A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) começa seus trabalhos nesta semana e marca mais um grande passo no Estado, por meio do Programa Paraná Seguro, para combater os crimes contra a vida. Com a criação da DHPP, a antiga Delegacia de Homicídios de Curitiba, vinculada à Divisão de Investigações Criminais (DIC), foi extinta, sendo substituída por novas unidades.

A criação da DHPP é a mudança de todo um conceito no combate aos crimes contra a vida no Paraná, conforme ressalta o secretário da Segurança Pública, Leon Grupenmacher. “Estamos indo além, pensando no período antes do delito. Ou seja, não é apenas punir quem praticou o crime, mas a aplicação de um conceito pensando em proteger o cidadão”, explica ele.

O investimento do Governo do Estado no combate aos crimes contra a vida é contínuo e começou junto com o mandato do governador Beto Richa, em 2011. Prova disso, é a redução significativa do número de casos de homicídios que ocorreu na capital nos últimos anos. De 2013 para 2012 o número de homicídios em Curitiba caiu 11,22%. Em 2012 foram 597 casos. No ano seguinte foram registrados 530 assassinatos. Em comparação com o ano de 2010 pode-se verificar ainda mais a curva descendente no número de homicídios na capital do Estado. Naquele ano, foram registrados 750 casos de assassinatos (redução de 29%).

Dados mais recentes da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria da Segurança Pública demonstram que, em todo o Paraná, a tendência de redução nos crimes contra a vida permanece. De janeiro a março deste ano, 67 vidas foram poupadas no Estado, uma queda de 8,25% no comparativo de mortes violentas intencionais (745 ocorrências neste ano e 812 no ano passado). Esta definição, adotada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), inclui registros de homicídios dolosos (com intenção de matar), lesão corporal seguida de morte e roubo com resultado morte (latrocínio).

Somente nos homicídios dolosos, o primeiro trimestre do ano registra queda de 6%, com 42 assassinatos a menos do que no mesmo período de 2013 (705 contra 747). A diminuição nos latrocínios também foi significativa: 53,49%, o que corresponde a 23 casos a menos. Foram apenas 20 ocorrências neste ano. Nas lesões corporais com resultado morte, a redução foi de 9% (dois casos a menos, passando de 22 no primeiro trimestre de 2013 para 20 neste ano).

ESTRUTURAÇÃO - O projeto da DHPP está sendo concretizado agora, mas começou a ser idealizado logo no início do governo Beto Richa. A DHPP vem sendo preparada desde então, com melhoria na estrutura da Polícia Civil, principalmente com novas viaturas, equipamentos e contratação de mais policiais. “O efetivo de policiais da unidade praticamente dobrou de lá para cá, tornando possível um sonho e uma necessidade da Polícia Civil do Paraná, que é dar atenção em especial aos crimes contra a vida, que é o nosso bem maior”, afirma o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Braga Farhat.

A DHPP tem atuação em Curitiba, podendo, em casos especiais, fazer investigações em outros municípios do Estado. Em paralelo à criação da DHPP - e também dentro do molde de combate aos crimes contra a vida do Programa Paraná Seguro - foram criadas, desde 2011, delegacias especializadas em homicídios nas cidades de Maringá, Londrina, Foz do Iguaçu e Cascavel.

A delegada-titular da DHPP é Maritza Haisi, que ocupava o mesmo cargo na antiga Delegacia de Homicídios de Curitiba. A nova divisão é composta por: Subdivisão de Homicídios, Subdivisão de Proteção à Pessoa, Subdivisão de Estatística e Inteligência e Subdivisão de Operações.

DIVISÃO - Da Subdivisão de Homicídios, chefiada também por Maritza, fazem parte quatro delegacias de homicídios que atuam em regiões específicas da cidade. “Desde que assumimos a delegacia, em agosto do ano passado, já trabalhamos com esta setorização, servindo como laboratório para a criação propriamente dita da DHPP”, conta a delegada.

A 1.ª Delegacia de Homicídios de Curitiba será comandada pelo delegado Dirceu Schactae. A 2.ª DH terá Fábio Amaro como delegado-titular. A 3.ª DH será chefiada pelo delegado Danilo Zarlenga e Cristiano Quintas estará a frente da 4.ª DH (confira a divisão por bairros abaixo). “Essa metodologia de dividir a cidade em áreas facilita na concentração de informações e na otimização de recursos humanos e operacionais”, destaca a delegada Maritza, lembrando que, além disso, a setorização contribui para a aplicação de polícia comunitária, já que os moradores de cada região vão passar a conhecer mais e, consequentemente, confiar nos policiais atuantes na DHPP.

Também faz parte da Subdivisão de Homicídios a Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade, que terá como titular o delegado Hormínio de Paula Lima Neto.

A Subdivisão de Proteção à Pessoa será chefiada pelo delegado Jaime da Luz. Dela farão parte a Delegacia de Proteção à Pessoa, comandada pelo próprio Jaime da Luz, e a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Decrisa), encabeçada pela delegada Araci Costa Vargas, que substitui o Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), que era vinculado à Divisão de Polícia Especializada (DPE). “A Delegacia de Proteção à Pessoa ficará responsável por investigar suicídios, abortos, infanticídios e casos de pessoas desaparecidas”, informa a delegada-titular da DHPP.

Outra atribuição da nova divisão é promover a política de universalidade dos procedimentos feitos não só pelas suas unidades, mas como por toda a estrutura da Polícia Civil do Paraná que investiga assassinatos. “Quem fará esta parte será a Subdivisão de Operações, que fica sob responsabilidade do delegado Cristiano Quintas. Além de se ocupar de toda a parte operacional da DHPP, essa subdivisão ficará encarregada da formação e qualificação continuada de todos os servidores”, acrescenta Maritza.

Por fim, a DHPP ainda terá uma Subdivisão de Estatística e Inteligência, que servirá para coletar e fornecer dados importantes para o bom desenvolvimento do trabalho das demais áreas. “Com a DHPP, o Paraná ganha em qualidade no trabalho de investigação, pois cada vez mais proporciona a especialização nesta área, gerando maior celeridade e eficiência”, resumiu a delegada.

Com a extinção da Delegacia de Homicídios, a DIC voltará a atenção para outras unidades responsáveis por crimes econômicos, crimes na administração pública, crimes cibernéticos e a questão prisional. “Estamos preparando algumas mudanças na unidade. Uma delas será o reforço no combate ao crime organizado”, adianta o delegado-titular da DIC, Luiz Alberto Cartaxo Moura.

Confira a abrangência de cada delegacia que compõe a DHPP:

1ª Delegacia da DHPP responsável por:

Centro, Pilarzinho, Vista Alegre, Bom Retiro, Centro Cívico, São Francisco, Mercês, Bigorrilho, Batel, Alto da Glória, Juvevê, Cabral, Ahu, São Lourenço, Boa Vista, Barreirinha, Santa Cândida, Abranches, Taboão, Cachoeira, Atuba, Tingui, Bacacheri, Bairro Alto, Hugo Lange, Jardim Social, Alto da XV, Lamenha Pequena, São João, Butiatuvinha, Santa Felicidade, Cascatinha, São Braz, Orleans e Riviera.

2ª Delegacia da DHPP responsável por:

Água Verde, Rebouças, Prado Velho, Parolin, Cristo Rei, Tarumã, Capão da Imbuia, Jardim Botânico, Jardim das Américas, Guabirotuba, Cajuru, Uberaba, Hauer, Boqueirão, Alto Boqueirão.

3ª Delegacia da DHPP responsável por:

Portão, Guaíra, Lindóia, Fanny, Novo Mundo, Capão Raso, Xaxim, Santo Inácio, Mossunguê, Campo Comprido, Campina do Siqueira, Seminário, Santa Quitéria, Vila Izabel, Cidade Industrial (CIC), Fazendinha, Augusta e São Miguel.

4ª Delegacia da DHPP responsável por:


Pinheirinho, Sítio Cercado, Ganchinho, Tatuquara, Campo de Santana, Umbará e Caximba.

GALERIA DE IMAGENS